Norte do Senegal

Dakar, Senegal, 05 de Outubro de 2009.

“Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante na cidade” (At 17.16).

Irmãos em Cristo, graça e paz.

A nossa oração é que este encontre a cada um de vocês firmes no Senhor e realizados em servi-lO onde e como Ele vai lhes conduzindo, assim como isto se aplica a nós.

O texto acima refere-se ao sentimento que veio sobre Paulo ao ver as carências espirituais dos atenienses. Nós também temos tido este tipo de sentimento ao vermos tantas pessoas caminhando em direção à morte eterna, no engano de Satanás, através de uma religiosidade vazia e escravidão espiritual com conseqüências sociais profundas.

O objetivo deste é compartilhar um pouco do que Deus nos mostrou na viagem que fizemos ao norte do Senegal, entre os dias 20 e 28 de setembro.

Estivemos hospedados na casa de um casal de missionários em Saint-Louis, Sérgio e Josenilda. Foi um tempo precioso que Deus nos concedeu, de podermos ampliar a visão das necessidades do Seu Reino.

No domingo, passamos por Thiés, onde tomamos um cafezinho com uma família de missionários brasileiros. Eles estão plantando uma igreja naquela região.

Seguimos para Saint-Louis, onde chegamos à tarde. Pudemos ir no culto na Igreja Batista, que está sendo plantada por um pastor batista norte-americano. Foi bom participar com ele, sua esposa e seus 4 filhos, e mais um pequeno grupo de irmãos. Eles tem um projeto de biblioteca infantil, é uma forma de falar do amor de Deus para muitas crianças que vão à pequena biblioteca pegar livros para ler.

No domingo seguinte, quando participamos novamente no culto nesta Igreja, chamou-nos a atenção a seguinte colocação que o pastor fez, na mensagem: “No Senegal, em geral, diz-se que há cerca de 95% de islâmicos. Aqui, na região Norte, este número sobe para 99,99%.

Quando estivemos em viagem de Saint-Louis até Dagana e depois até Podor, pudemos entender um pouco mais o pensamento dito pelo pastor. É uma região que tem principalmente pessoas de três etnias: Os wolofs, os peuls, e os mouros (povos da Mauritânia que se mudaram para o Senegal). Há inúmeras aldeias sem nenhuma presença missionária, e mesmo nas cidades, há pouquíssimas pessoas que se dizem cristãs, isso contando com o catolicismo.

Outro dado que nos chamou a atenção, foi que em todo o norte do Senegal há somente cerca de 12 famílias de missionários atuando. A maior parte dos missionários que vem para o Senegal atua na região de Dakar e redondezas, e na região Sul. Bem, temos de entender uma coisa – em qualquer lugar que se ande aqui no Senegal, você está no meio de pessoas não-alcançadas, vivendo um sincretismo no islamismo e animismo. No entanto, graças a Deus, pelo menos nestas regiões mais ao sul do país, existem algumas igrejas e um grupo expressivo de missionários atuando. No entanto, na região norte, a carência é muito maior. É motivo de oração, que o Senhor levante mais missionários para esta região, bem como desperte a igreja senegalesa para a sua responsabilidade neste sentido.

Retornando de Dagana, passamos pelo cemitério que fica à beira da Rodovia. Eu fiz questão de conhecer este lugar, pois é onde está enterrada a irmã Janice. Esta jovem missionária faleceu há alguns anos, em um acidente de carro, em que mais pessoas foram mortas. Portanto, para mim, o cemitério onde ela está enterrada torna-se um lugar de reflexão sobre as pessoas que pagam o preço para que outras vidas possam ouvir falar do amor de Deus em Cristo Jesus. É como visitar, no Brasil, o túmulo do Rev. Ashbell Green Simonton, no Cemitério dos Protestantes, em São Paulo. Traz-nos gratidão a Deus pelos que se dispõem a ultrapassar barreiras e fronteiras para alcançar vidas, e também nos leva à oração intercessória por mais obreiros para estes campos tão carentes de trabalhadores.

Nos dias em que estivemos em Saint-Louis, pudemos ir para várias aldeias com os missionários que nos hospedavam. Eles fazem um trabalho social, com consultas e medicamentos, e, sempre que possível, passam o Filme Jesus e procuram evangelizar como Deus os vai conduzindo.

Esta viagem tornou-se para nós realmente um agir de Deus no sentido de, no mínimo, estarmos mais em oração por esta região tão carente de proclamadores da Palavra. Estamos dispostos nas mãos do nosso Deus quanto a se Ele nos quer servindo lá, a questão é discernirmos o quando e o como.

Obrigado a você que esteve conosco nesta viagem em oração e/ou investimentos. Sabemos que podemos contar com irmãos que tem se colocado diante do Senhor por nós quanto aos nossos motivos.

Grande abraço a todos.

Em Cristo,

Gerson e Marilia.