Carta de Oração
novembro/dezembro de 2008
Norte da África, novembro de 2008.
“Contudo, graças a Deus, que sempre nos conduz vitoriosamente em Cristo, e por nosso
intermédio exala em toda a parte o bom perfume do seu conhecimento” (2Co 2.14 BKJ).
Queridos parceiros,
Graça e paz!
Enquanto escrevemos para vocês o nosso coração trasborda de alegria e gratidão a Deus por
estarmos chegando ao fim de mais um ciclo em nossa jornada como embaixadores do Cordeiro. No
espaço de pouco mais de 2 meses (17/01) estaremos completando 4 anos desde que deixamos o Brasil
e, então, finalmente retornando ao nosso país para um período de descanso, renovo e divulgação.
Saudades por aqui certamente ficarão e a expectativa de que as sementes lançadas irão frutificar
para glória do Cordeiro. Até o dia do nosso embarque estaremos nos esforçando para concluir com
excelência a jornada que o Senhor nos concedeu nesta terra. Queremos seguir em fidelidade para que
de nós jamais seja cobrado o sangue daqueles que o Pai pôs em nosso caminho.
Ao tentar avaliar tudo o que aconteceu desde que deixamos o Brasil em janeiro de 2005 um
misto de sentimentos toma conta das nossas emoções. A figura que vem à mente é a de um atleta
olímpico que sabe o quanto lutou, o quanto se esforçou, o quanto se dedicou e mesmo sem ter chegado
ao pódio do reconhecimento humano sabe que deu o melhor de si, venceu limites e foi além de suas
próprias capacidades.
Nessa retrospectiva, além de gratidão a Deus temos também profunda gratidão e admiração por
aqueles que caminharam conosco ao longo de toda essa jornada. Ao final de 2 anos vivendo num país
fechado sabemos que não é tão atraente sustentar obreiros nesse tipo de contexto. Em geral, há um
interesse maior em acompanhar trabalhadores em outros campos onde se pode comunicar abertamente
e divulgar notícias com liberdade. Todavia, enquanto nossos parceiros, vocês permaneceram fiéis
“segurando as cordas” mesmo quando tivemos que adotar cuidados especiais com questões de
segurança, restringindo o envio de fotos e utilizando pseudônimos em nossa comunicação. Até mesmo
quando foi necessário omitir o nome do nosso país de serviço souberam compreender as nossas
limitações e se ajustar à dinâmica da carreira missionária no século 21. Queremos registrar aqui que em
todo o tempo fomos acompanhados, encorajados, sustentados e de nada tivemos falta. Saibam vocês
que o vosso exemplo de fidelidade foi usado por Deus em muitas ocasiões para nos encorajar e desafiar
a continuarmos prosseguindo. Sempre encaramos vocês como parte do que Deus estava fazendo deste
lado do oceano (entendemos que é assim também que o Pai enxerga o trabalho na Sua seara) e temos
plena convicção de que todas as conquistas que vimos florescer em solo africano foram resultado de
trabalho em equipe.
Queridos, teremos muito que agradecer pessoalmente e que compartilhar com vocês. O amor do
Pai por este continente é imenso e a maneira como o Seu Espírito tem soprado por aqui é de trasbordar
o coração de alegria. Na verdade, um dos principais desafios que teremos ao chegar no Brasil será
resumir de maneira objetiva tudo o que experimentamos ao longo de todo esse tempo em que
estivemos fora. Que o Pai nos dê sabedoria!
Estamos curiosos para saber como será a nossa reentrada e já imaginamos que levará algum
tempo até nos readaptarmos ao nosso ambiente cultural e ao estilo de vida brasileiro. Pedimos aos
irmãos que, por favor, tenham paciência conosco. Um problema que já podemos prever é o de trocar ou
de não lembrar nomes de pessoas. Já imaginaram? Sem falar do nosso português que está aos cacos. A
sensação que temos é que será necessário retornar à sala de aula.
Em razão de uma série de fatores que fizeram parte do nosso ministério nesses últimos 4 anos,
sentimo-nos muito cansados e entendemos que temos a necessidade de separar um tempo para
descanso, cuidados com a saúde e oportunidades para nos reaproximarmos da nossa querida família.
Podemos imaginar a emoção pelo reencontro com a família do irmão mais velho do Jadir, falecido em
2005 quando estávamos na África do Sul.
Estamos preparando uma agenda para melhor administrar nosso tempo entre vocês e visitar o
maior número possível de pessoas. Procuraremos priorizar em nossas visitas os que participaram do
nosso ministério e, parafraseando, estarão na expectativa de ouvir “quão grandes coisas Deus fizera por
nós e como abrira aos africanos a porta da fé” (At. 14.27).
Gostaríamos de aproveitar a oportunidade para esclarecer que a nossa passagem pelo Brasil não
é o fim da nossa jornada. Do mesmo modo que caminhamos juntos nos últimos 4 anos continuaremos
carecendo e contando com a parceria de vocês. Nosso retorno temporário será mais uma etapa
importante nessa peregrinação, rumo a desafios ainda maiores. Inclusive, esperamos que a nossa
parceria até aqui tenha sido apenas o início dos muitos anos de ministério que o Cordeiro tem reservado
para nós, até que Ele venha!
Os anos têm mostrado que, por alguma razão, há igrejas no Brasil que ficam confusas em
relação a essa etapa na vida de seus obreiros. Algumas, até mesmo, cortam o sustento dos mesmos
quando retornam temporariamente. Fazendo dessa uma oportunidade para esclarecimento e
amadurecimento em relação a este assunto, gostaríamos de destacar que o obreiro não deixa de ser
quem é quando se ausenta do campo ou retorna temporariamente ao seu país de origem. O retorno
temporário de um obreiro precisa ser compreendido como uma fase importante em sua carreira como
trabalhador de tempo integral. Às vezes, fase decisiva para que ele seja restaurado e retorne ao campo
em melhores condições para dar prosseguimento ao seu trabalho. Abandona-lo justamente nessa fase é
abrir mão do privilégio de realizar o trabalho transcultural com responsabilidade, fidelidade e excelência.
Aos que desejam obter maiores detalhes sobre o nosso desembarque no Brasil, a data prevista
para nossa chegada é o dia 20 de janeiro. Desembarcaremos no aeroporto internacional do Rio de
Janeiro e o horário previsto para o desembarque é 19h05. Após a nossa chegada enviaremos uma nova
correspondência informando outros detalhes sobre o nosso tempo no Brasil e os números de telefone
para contato.
Despedimo-nos com gratidão a Deus por tudo o que foi alcançado neste ano de 2008 e já
aproveitamos para desejar a todos um Natal feliz e um novo ano de bênçãos e avanço do evangelho!
Até breve!
