300 mil mortes em Darfur, afirma ONU
O número de mortes na região de Darfur, no Sudão, pode ter já chegado aos trezentos mil. Quem diz é o responsável das Nações Unidas para assuntos humanitários, John Holmes, pintando um cenário dramático para a região.
A última estimativa da ONU apontava para 200 mil mortes como conseqüência do conflito na região.
Mas ontem o sub-secretário-geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, John Holmes, disse ao Comitê de Segurança da organização que o número de vítimas mortais poderá, agora, ter chegado os 300 mil.
E, segundo afirma, esta nova estimativa não é baseada num estudo, mas antes numa avaliação ao aumento das mortes desde 2006. "Um estudo em 2006 sugeria que 200 mil pessoas perderam a vida como conseqüência dos efeitos do conflito. Hoje esse número é muito mais elevado, possivelmente o dobro".
Realidade remota
"No entanto, nós continuamos a ver os nossos objetivos a recuarem e a paz em Darfur é hoje uma realidade mais remota do que nunca", defendeu Holmes que apelou a mais ação no sentido de se chegar à paz.
"Um progresso no envio de tropas da força conjunta de paz em Darfur com equipamento capaz de proteger cidadãos e de melhorar a segurança no país será uma ajuda".
"Mas só com um fim de toda a violência e com medidas concretas no sentido de se chegar a um acordo político é que conseguiremos fazer a diferença fundamental e necessária. Os grupos rebeldes têm que o reconhecer", disse.
O Sudão alega que o número de mortes não ultrapassa os 10 mil e, perante as acusações de ontem, o embaixador do Sudão nas Nações Unidas, Abdalmahmoud Abdalhaleem, descartou a nova estimativa como altamente exagerada.
